O Aqueduto Romano da Amadora, tem origem na barragem Romana de Belas e percorre um longo trajecto ao longo da camada sobranceira ao Vale da Ribeira de Carenque até à Amadora (Bairro daMina). Conhecem-se ainda 14 troços, numa extensão aproximada de1300 metros por onde corria a água num caudal capaz de abastecer um aglomerado populacional, equivalente à cidade Romana de Pompeia.
Quanto a referências históricas, e com data 1620, Leonardo Torriano apresentou por carta ao rei, um projecto para a condução da Água Livre até à cidade de Lisboa. Dava 4 alternativas, todas com início junto à estrada de Benfica e todas aparentemente viáveis, embora com custos distintos.
No 4º e último " caminho para a condução da Água Livre", apontam exactamente para o antigo aqueduto dos romanos, o qual, por ir 10 palmos acima daquela estrada, podia dar água a ambas as partes de Lisboa, a S. Roque e sobre à Porta de Santo André, entre a Graça e o Castelo, um local onde ainda existe a Calçada de Santo André.
Havia portanto já noticia clara do velho Aqueduto Romano. Mas até já antes, no final do terceiro quartel do século XVI, Francisco de Holanda escrevia a D. Sebastião, apelando a construção de um aqueduto que servisse a população de Lisboa e sugeria que se recuperasse o aqueduto romano.
"Lisboa, onde todos bebem água não tem mais que um estreito chafariz para tanta gente, e outros para cavalos".
Por ventura é menos Lisboa que Mérida...ou é menor que Segóvia, onde hoje em dia se vêm os dobrados arcos, uns sobre outros de pedraria muito forte?... Ora se Lisboa tem presunção de maior e mais nobre cidade do mundo, como não tem o mais excelente templo ou Sé do mundo? Como não tem o melhor castelo e fortalezas do mundo?
Como não tem melhores muros e paços do mundo?
E finalmente como não tem água para beber à gente do mundo?
Recomendava ao Rei que imitasse aos Romanos que trouxeram água livre até Lisboa duma distância de duas léguas, por condutas debaixo de terra, subterrâneas e furando muitos montes e com muito gosto e trabalho, não sendo Lisboa sua, afora outras águas que trouxeram até à cidade também de muitos propósitos como se querem e eles faziam tais obras...
Aparentemente, nenhuma destas cartas surtiu qualquer efeito. No entanto, sabe-se que em 1617, o arquitecto Pedro Nunes Tinoco, apresentou um possível projecto para um aqueduto de água livre e tomando como referência o local de construção de uma antiga barragem a que davam o nome de "Fábrica que os Mouros fizeram para o efeito de represarem água do rio e fazerem nele um lago". Ao que consta no ano seguinte, a câmara estudou e deliberou o projecto em conformidade, "que se trouxesse a esta cidade, a fonte da água livre que já em tempos antigos veio a ela como se vê dos sinais dos canos que ainda hoje se acham..."
Por então e nesse mesmo ano de 1618, o arquitecto Tinoco prosseguia com o projecto do seu novo aqueduto, referindo-se uma vez mais, ao que os romanos haviam construído:
"...e daí, vai o aqueduto encaminhando ao longo do Ribeiro até à água livre e atravessando junto a ela pela fábrica antiga que fizeram os romanos... a muralha antiga que fizeram os romanos dista da fonte de água livre seiscentos palmos (130 m)... da qual muralha se há de reformar a ruína (aponta o mau estado de vários troços a necessitarem de restauro) que têm em uma ponta para efeito que por ela há de atravessar o aqueduto que vem das fontes acima, para se juntar com a Mãe de água livre"...
Terminava, mencionando "o cabeço da pedreira debaixo da qual vai o cano dos antigos... e que dista da água livre cerca de 13869 palmos (+ 3050 m)", o que corresponde a um troço que corria ao longo da Ribeira de Carenque, entre a povoação de Carenque e o lugar da Gargantada.
Estas referências são suficientes para permitirem várias conclusões: desde logo que a cidade de Lisboa necessitava de água urgentemente. Que sempre terá havido uma barragem, inicialmente romana situada no Vale da Ribeira de Carenque e que daí a água descia pelo Vale, por um trajecto que no século XVIII foi seguido com a construção do Aqueduto das Águas Livres. Que há troços referidos nessas informações, alguns deles ainda detectáveis identificados entre Carenque e Amadora, numa extensão de 1300 m. Que o aqueduto romano corria a uma quota entre os 140.1 m e os 137.5 m, aproveitando-se da morfologia dos terrenos por forma a não encarecer os custos como trabalhos de engenharia de maior envergadura, ao aproveitar-se das curvas de nível...
Em 1731, Manuel da Maia referindo-se ao projecto para as águas livres no Bairro Alto, voltou a referir o aqueduto romano, descrevendo com algum pormenor, as noticias que tinha acerca da sua extensão, do processo de construção e de materiais utilizados para um troço de aproximadamente 2600 m, nas proximidades.
Os trabalhos arqueológicos só vieram a ser efectuados com rigor científico por João CarlosViegas e António Guilherme Gonzalez em 1979, ano em que os resultados foram publicados pela Câmara Municipal da Amadora - gabinete de arqueologia urbana e, ainda assim referentes a um só troço, dito sul, situado junto ao Bairro da Mina.
Nota:O texto que acabaram de ler estava na internet sem autoria.
Quanto a referências históricas, e com data 1620, Leonardo Torriano apresentou por carta ao rei, um projecto para a condução da Água Livre até à cidade de Lisboa. Dava 4 alternativas, todas com início junto à estrada de Benfica e todas aparentemente viáveis, embora com custos distintos.
No 4º e último " caminho para a condução da Água Livre", apontam exactamente para o antigo aqueduto dos romanos, o qual, por ir 10 palmos acima daquela estrada, podia dar água a ambas as partes de Lisboa, a S. Roque e sobre à Porta de Santo André, entre a Graça e o Castelo, um local onde ainda existe a Calçada de Santo André.
Havia portanto já noticia clara do velho Aqueduto Romano. Mas até já antes, no final do terceiro quartel do século XVI, Francisco de Holanda escrevia a D. Sebastião, apelando a construção de um aqueduto que servisse a população de Lisboa e sugeria que se recuperasse o aqueduto romano.
"Lisboa, onde todos bebem água não tem mais que um estreito chafariz para tanta gente, e outros para cavalos".
Por ventura é menos Lisboa que Mérida...ou é menor que Segóvia, onde hoje em dia se vêm os dobrados arcos, uns sobre outros de pedraria muito forte?... Ora se Lisboa tem presunção de maior e mais nobre cidade do mundo, como não tem o mais excelente templo ou Sé do mundo? Como não tem o melhor castelo e fortalezas do mundo?
Como não tem melhores muros e paços do mundo?
E finalmente como não tem água para beber à gente do mundo?
Recomendava ao Rei que imitasse aos Romanos que trouxeram água livre até Lisboa duma distância de duas léguas, por condutas debaixo de terra, subterrâneas e furando muitos montes e com muito gosto e trabalho, não sendo Lisboa sua, afora outras águas que trouxeram até à cidade também de muitos propósitos como se querem e eles faziam tais obras...
Aparentemente, nenhuma destas cartas surtiu qualquer efeito. No entanto, sabe-se que em 1617, o arquitecto Pedro Nunes Tinoco, apresentou um possível projecto para um aqueduto de água livre e tomando como referência o local de construção de uma antiga barragem a que davam o nome de "Fábrica que os Mouros fizeram para o efeito de represarem água do rio e fazerem nele um lago". Ao que consta no ano seguinte, a câmara estudou e deliberou o projecto em conformidade, "que se trouxesse a esta cidade, a fonte da água livre que já em tempos antigos veio a ela como se vê dos sinais dos canos que ainda hoje se acham..."
Por então e nesse mesmo ano de 1618, o arquitecto Tinoco prosseguia com o projecto do seu novo aqueduto, referindo-se uma vez mais, ao que os romanos haviam construído:
"...e daí, vai o aqueduto encaminhando ao longo do Ribeiro até à água livre e atravessando junto a ela pela fábrica antiga que fizeram os romanos... a muralha antiga que fizeram os romanos dista da fonte de água livre seiscentos palmos (130 m)... da qual muralha se há de reformar a ruína (aponta o mau estado de vários troços a necessitarem de restauro) que têm em uma ponta para efeito que por ela há de atravessar o aqueduto que vem das fontes acima, para se juntar com a Mãe de água livre"...
Terminava, mencionando "o cabeço da pedreira debaixo da qual vai o cano dos antigos... e que dista da água livre cerca de 13869 palmos (+ 3050 m)", o que corresponde a um troço que corria ao longo da Ribeira de Carenque, entre a povoação de Carenque e o lugar da Gargantada.
Estas referências são suficientes para permitirem várias conclusões: desde logo que a cidade de Lisboa necessitava de água urgentemente. Que sempre terá havido uma barragem, inicialmente romana situada no Vale da Ribeira de Carenque e que daí a água descia pelo Vale, por um trajecto que no século XVIII foi seguido com a construção do Aqueduto das Águas Livres. Que há troços referidos nessas informações, alguns deles ainda detectáveis identificados entre Carenque e Amadora, numa extensão de 1300 m. Que o aqueduto romano corria a uma quota entre os 140.1 m e os 137.5 m, aproveitando-se da morfologia dos terrenos por forma a não encarecer os custos como trabalhos de engenharia de maior envergadura, ao aproveitar-se das curvas de nível...
Em 1731, Manuel da Maia referindo-se ao projecto para as águas livres no Bairro Alto, voltou a referir o aqueduto romano, descrevendo com algum pormenor, as noticias que tinha acerca da sua extensão, do processo de construção e de materiais utilizados para um troço de aproximadamente 2600 m, nas proximidades.
Os trabalhos arqueológicos só vieram a ser efectuados com rigor científico por João CarlosViegas e António Guilherme Gonzalez em 1979, ano em que os resultados foram publicados pela Câmara Municipal da Amadora - gabinete de arqueologia urbana e, ainda assim referentes a um só troço, dito sul, situado junto ao Bairro da Mina.
Nota:O texto que acabaram de ler estava na internet sem autoria.
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